Mais de duas mil pessoas participaram da assembleia da Campanha Salarial 2025 da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte (MG), que terminou com a decisão unânime de iniciar uma greve por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira (6). r5156
A paralisação é uma resposta ao reajuste de apenas 2,49% proposto pela gestão do prefeito Álvaro Damião (União Brasil), percentual inferior à inflação e ao piso nacional do magistério, o que gerou forte reação da categoria. Além do reajuste linear de 2,49%, referente somente à inflação de janeiro a abril de 2025, a Prefeitura também sinalizou um aumento do vale-refeição no mesmo índice e o reajuste do benefício para R$ 60 no mês seguinte à aprovação da lei, entre outras medidas.
Durante a assembleia, realizada na tarde de quinta-feira (5), trabalhadoras e trabalhadores também aprovaram uma pauta de reivindicações prioritárias. Entre os principais pontos estão: recomposição salarial com base nos índices de reajuste do piso nacional do magistério; reposição imediata do quadro de professoras e professores, com ênfase nas escolas municipais de educação infantil (Emeis), onde a carência é mais grave; reestruturação da carreira; redução do número de estudantes por sala, para garantir melhores condições de ensino e trabalho; ampliação do tempo de planejamento e tratamento isonômico entre professoras e professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental; além da garantia de paridade nas recomposições salariais das aposentadas e dos aposentados, conforme previsto em lei.
Após a assembleia, foi realizado um ato público que percorreu as ruas da capital mineira até a sede da Prefeitura. Com faixas, cartazes, palavras de ordem e forte presença popular, a mobilização expressou a indignação coletiva de quem luta por uma educação pública de qualidade e por condições dignas de trabalho.
Calendário de mobilizações
A assembleia também aprovou um calendário de mobilizações para manter a categoria unida e pressionar o governo municipal por respostas concretas. Entre as ações estão reuniões do Comando de Greve, atividades nas regionais com uso de carro de som, colagem de cartazes, panfletagens definidas localmente, e uma manifestação marcada para a próxima terça-feira (10), às 15h, em frente à Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, com a pergunta central: “Cadê o dinheiro da educação?”.
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH) reforçou a importância da participação ativa de toda a categoria nas atividades da greve. Para o sindicato, a proposta da Prefeitura representa um ataque à valorização profissional e à educação pública, e o momento exige união, resistência e mobilização.
Greve no DF
No Distrito Federal, professores e professoras da rede pública distrital decidiram manter a greve. A proposta apresentada pelo governo foi considerada insuficiente pela categoria, em assembleia realizada nessa quinta-feira (5). A categoria enfrenta a criminalização do movimento por parte do governador Ibaneis Rocha (MDB).
Antes do início da paralisação (2), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou a aplicação de uma multa diária de R$ 1 milhão ao Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) caso o movimento paredista fosse deflagrado. Nesta sexta-feira (6), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, suspendeu a multa e pediu informações à desembargadora e ao governo do DF sobre a abusividade da greve declarada pela Justiça distrital.
Com informações do Sind-REDE/BH e da Agência Brasil. Foto: Sind-REDE/BH